sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Juiz alega pobreza

A divertida situação do nosso judiciário pobre:
O Correio Braziliense de ontem, 22/8/07, mostrou que o juiz de Direito Robson Barbosa de Azevedo, da 4ª vara cível de Brasília, declarou pobreza para não arcar com as custas de um processo movido contra o diretor da Polícia Civil. O magistrado foi detido no ano passado por desacato e alegou que foi vítima de abuso; por isso processou os policiais, juntando, segundo o matutino, o atestado de hipossuficiência.
http://www.migalhas.com.br/mostra_noticia.aspx?cod=44253

Tadinho desse juiz miserável !

terça-feira, 17 de julho de 2007

Concurso de Juiz comprado no Paraná

Ouvi a notícia ontem em em supermercado e quase não me aguentei de tanto dar risada!
O que se diz depois de tudo isso??
Eis o link para o vídeo:
http://tvparanaense.rpc.com.br/index.phtml?autostart=1&Video_ID=11304

Vale registrar o nome do mais novo juiz paranaense: Leonardo Bechara Stancioli. Acho que é assim que se escreve, mas isso não importa, o que importa é que ele é genro do Ministro do STJ, Paulo Medina.
A conversa é muuuiito divertida. O Exmº Juiz fica pedindo ajuda para o Ministro. É cômico! Pergunta se não tem algo antiético e agradece a Deus!
Fazer o quê??
Tem juiz que não deixa trabalhador entrar no Fórum usando Havaianas (Bento Luiz de Azambuja Moreira - 3ª Vara do Trabalho de Cascavel - http://www.oabpr.com.br/noticia.asp?noticia=2097), e tem juiz que se preocupa em ser ético ao pedir ajuda para ser aprovado em concurso público.

E tem mais: sobre o nosso Senado Federal. Eles estão sem fazer nada há muito tempo. Isso me deixa muito feliz, pois percebo a cada dia que não preciso, mesmo, deles.

E eu que acreditava que o Judiciário poderia fazer algo por esse país!

"Assim diz o SENHOR: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do SENHOR." (Jeremias 17: 5)

Um pouco mais aliviado depois do desabafo, sigo meu dia olhando para o alto, onde o meu Redentor vive ...

Eu sei, mas não devia

Navegando pelo site do Ricardo Gondim encontrei esse poema (http://www.ricardogondim.com.br/Artigos/artigos.info.asp?tp=69&sg=0&id=1527 - vale, também, ouvir a pregação do Ricardo Gondim de 15/07/2007 que está no seu sítio ou pode ser vista pelo You Tube - http://www.youtube.com/watch?v=R7QfqXq6mUc), e, hoje pela manhã, ouvindo a notícia de mais um escândalo no Judiciário, resolvi usar a internet para desabafar, conversar comigo mesmo, e parar de importunar os outros com reclamações.
Assim, para começar, publico o poema que me atraiu ontem e serve de pano de fundo para as indagações deste blog que terá uma vida indeterminada (ou até as coisas mudarem, ou até eu me acostumar - embora não deva ...)

Eu sei, mas não devia
Marina Colasanti

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor.
E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora.
E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas.
E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz.
E porque à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque está na hora.
A tomar café correndo porque está atrasado.
A ler jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem.
A comer sanduíches porque já é noite.
A cochilar no ônibus porque está cansado.
A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir a janela e a ler sobre a guerra.
E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos.
E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz.
E aceitando as negociações de paz, aceitar ler todo dia de guerra, dos números da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir.
A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta.
A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita.
E a lutar para ganhar o dinheiro com que paga.
E a ganhar menos do que precisa.
E a fazer fila para pagar.
E a pagar mais do que as coisas valem.
E a saber que cada vez pagará mais.
E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com o que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes, a abrir as revistas e ver anúncios.
A ligar a televisão e assistir a comerciais.
A ir ao cinema, a engolir publicidade.
A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição.
À luz artificial de ligeiro tremor.
Ao choque que os olhos levam na luz natural.
Às besteiras das músicas, às bactérias da água potável.
À contaminação da água do mar.
À luta.
À lenta morte dos rios.
E se acostuma a não ouvir passarinhos, a não colher frutas do pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer.
Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá.
Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço.
Se a praia está contaminada, a gente só molha os pés e sua no resto do corpo.
Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana.
E se no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda satisfeito porque tem sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida.
Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma.

http://www.releituras.com/mcolasanti_eusei.asp